domingo, 11 de maio de 2025

Nos passos de Camões: de Constância a Almourol...com o NCA

    No dia 9 de maio, o núcleo de consolidação A, seguiu os passos de Camões até Constância, vila onde o Zêzere se funde com o Tejo, e onde o poeta dos poetas lusitanos carpiu mágoas, durante uns longos dois anos, pelos seus altos e fogosos ímpetos amorosos.

    Nesta vila serena, que tanto terá entediado como inspirado o poeta, longe do azáfama citadina, as crianças começaram por visitar o Jardim-Horto de Camões, um projeto da jornalista Manuela de Azevedo, desenhado pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Teles e inaugurado em 1990.

    Este jardim reúne toda a flora mediterrânica e exótica mencionada na obra camoniana, totalizando 52 espécies, com destaque para a cânfora, a caneleira, a pimenteira, o aloé, a hera, a cana-da-índia, a violeta, as coroas imperiais e as açucenas, o medronheiro, o loureiro, a oliveira, o craveiro, a rosa, a bonina, o goivo, a hortênsia, a salva, o rosmaninho, o alecrim…

    A assinalar a epopeia dos Descobrimentos, a esfera armilar, junta-se à estátua da Ilha dos Amores, de Lagoa Henriques, e ao anfiteatro do Planetário de Ptolomeu onde as crianças contactaram com a teoria geocêntrica e os signos do zodíaco e puderam fazer a experiência de, a certo ponto e pousando o pé no centro do auditório, falar e ouvir o eco da suas vozes.

    Mas a diversão não ficou por aí e estendeu-se ao enorme tabuleiro de xadrez com peças gigantes, desenhado na calçada.
  
   O pavilhão lacustre chinês com muros ondeados e brancos a contrastar com o vermelho das paredes e pilares e com o telhado em tons de verde azulado, construído sobre um lago em forma de dragão cheio de canas de bambu e papiro, foi o palco para falar às crianças da passagem do poeta por Macau e pôr ponto final à visita ao jardim.
    Antes da subida até à Casa-Memória de Camões, houve tempo para preencher o guião da visita com informação retirada do enorme painel de azulejos representando as rotas de Lisboa a Macau, passando por África e pela Índia, e tirar uma fotografia com um Camões, também de Lagoa Henriques, ali perto sentado, junto a uma lápide com referências a Constância na obra camoniana.
    A casa dos arcos do alcaide que recebeu Camões no seu desterro, hoje Casa-Memória, foi o ponto de visita seguinte. Aí as crianças foram brindadas com uma mostra de caricaturas de poetas e escritores portugueses, feitas por Norberto Bernardo Nunes, a par da exposição sobre a vida e obra do ex libris da cultura portuguesa, oferecida pelo Instituto Camões.
    Após o almoço e muita brincadeira no jardim do Zêzere, foi hora de ir até Almourol: primeiro a viagem de jangada com partida de Tancos até à pequena ilha escarpada, no curso médio do rio Tejo; depois a subida ao Castelo de Almourol, um dos monumentos militares medievais mais cenográficos e que melhor evoca a memória dos Templários no nosso país. Aqui, todos foram cavaleiros e guerreiros valentes e nem a chuva miudinha que se lembrou de aparecer, os demoveu de subir à torre de menagem e desafiar o medo das alturas!
    Embora enquadrada no âmbito das comemorações dos 500 anos do nascimento de Camões, esta visita pode ser mote para uma escapadinha de fim-de-semana ou de feriado, em família, e em que não pode faltar o passeio à beira-rio e pelo centro histórico da vila de Constância.


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